Jovens fumam menos, mas incidência continua
- Ana Paula Muniz
- 9 de jul. de 2015
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de abr. de 2020
Foto: Reprodução/Free Images

A pesquisa mais recente do Ministério da Saúde sobre cigarro mostra que os jovens entre 18 e 24 anos são o público que menos fuma no país (7,8%) - a maior parte dos fumantes está entre 45 e 54 anos (13,2%). Os dados foram divulgados em maio último e você pode saber mais a respeito clicando aqui. O estudo também indica que o tabagismo vem diminuindo no país, tendo caído 30% em nove anos. Ainda assim, o hábito de fumar continua entre boa parte da população jovem, expodono-os a sérios riscos. Para alguns adeptos, os exemplos de pessoas da família, do círculo de amigos e certos conteúdos da mídia podem estimular o vício. João Victor Tavares, de 19 anos, conta que experimentou o cigarro pela primeira vez aos 14 anos e, hoje, já se considera viciado em tabaco. Para ele, os cigarros com sabores alternativos, como menta e canela, também ajudam a atrair jovens para o mundo dos fumantes. “Tive curiosidade pela questão de ter pais fumantes e muitos amigos que fumavam na época. Também sou admirador do ‘retrô’, talvez os filmes antigos possam ter me levado a querer experimentar o cigarro”, admite João Victor. Já Joaquim Fernando Pessanha, de 21 anos, alega nunca ter experimentado a droga, mas concorda com o forte poder de influência das pessoas ao redor. “Para mim é uma ideia de ‘já que fulano fuma, eu também vou fumar’”, disse. O jovem acredita que esta vontade pode estar relacionada ao medo de ser taxado como careta nos grupos sociais em que convivem e, muitas vezes, outro fator é o relacionamento com a família. “Geralmente os adolescentes que começam a fumar são aqueles que não dialogam com os pais, que só vivem na rua, que não gostam de estudar, que tiram notas baixas. Isso tudo reflete no comportamento da pessoa”, opina. Assim como no caso de João Victor Tavares, muitos começam a experimentar o tabaco influenciados pela mídia. É cada vez mais comum encontrar filmes e seriados onde o personagem principal é sempre alguém que usa drogas e ingere bebidas alcoólicas. O professor Alexandro Florentino comenta que é inegável a contribuição dos meios de comunicação, sobretudo, os audiovisuais, para a construção de imaginários coletivos. “Muitas ideias são difundidas e solidificadas a partir do que se é veiculado pelos meios”, diz. Medidas de prevenção Apesar das campanhas de prevenção estarem em toda a parte, Joaquim Fernando acha que ainda é preciso haver palestras em escolas para que essas campanhas consigam, de fato, ir de encontro aos jovens. Questionada, a assessoria da Secretaria de Saúde de Campos, informou que, quando solicitado, o Programa de Saúde nas Escolas (PSE) faz orientação em escolas, empresas, eventos, ações municipais e outros. Para o organizador do Programa, Willian Thomi, o mesmo funciona exatamente pensando no futuro dos jovens. “Eles sempre acabam tendo dúvidas sobre outros tipos de drogas, como a maconha e o crack, e é fundamental orientá-los dos perigos e dos males causados aos consumidores de cigarros, até porque uma droga sempre acaba levando a outra”. Para solicitar a orientação do programa, basta entrar em contato através do número (22) 2722-2745. Para maiores informações, acesse o site da Secretaria Municipal de Saúde.