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A importância da leitura para formação do indivíduo

  • Paula Vigneron
  • 3 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de abr. de 2020


​​Em recente pesquisa da Federação de Comércio do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ), que abrangeu 70 cidades de nove regiões metropolitanas, foi concluído que mais da metade dos brasileiros não possuem o hábito da leitura. Segundo os dados, 70% dos brasileiros não leram um livro em 2014. O Instituto Pró-Livro, cujo último estudo foi lançado em 2011 (Retratos da Leitura no Brasil, 3ª edição), define como leitor o indivíduo que lê um livro a cada três meses. Na época, a leitura foi escolhida como atividade nos momentos de lazer por somente 28% da população. Para um país como o Brasil, com mais de 202 milhões de habitantes, o resultado é preocupante: aproximadamente 141 milhões de brasileiros são caracterizados como não leitores. A pesquisa do Fecomercio revelou, também, que 55% não participaram de nenhuma atividade cultural. Novamente decodificando, mais de 111 milhões de pessoas não foram ao cinema ou a espetáculos teatrais. Especialistas e livre opinadores creem que a causa do baixo número de leitores do Brasil está relacionada à frágil e contestável formação destes. O alto valor dos livros e o aumento do uso de smartphones também entram na lista das causas do mal que acomete o povo brasileiro. Um aspecto, no entanto, faltou ser apontado pelos analistas: a falta de interesse pela literatura e por histórias que, segundo muitos, nada têm a acrescentar à vida. Para alguns, ler é um exercício considerado chato. Erroneamente, o ponto de vista de jovens tem se tornado comum. E, entre outras opções, eles trocam a literatura, tida como bastante desinteressante, por diversos tipos de lazer, como uma ida ao shopping, a shows populares ou o uso indiscriminado de redes sociais. A formação de leitores, então, fica ainda mais prejudicada. Formar indivíduos com hábito da leitura é benéfico não só para o desenvolvimento do país, que poderá contar com pessoas críticas e que possuem bagagem para oferecer boa análise da realidade em que vivem, mas também para o crescimento pessoal. Leitores, em geral, possuem melhor capacidade de interpretação de texto e de escrita clara e bem elaborada. A literatura, na qual são apresentadas diferentes personalidades, ações e atitudes, auxilia, também, a compreender o outro e a enxergá-lo de maneira mais aprofundada e íntima, sendo isto possível devido ao convívio com personagens – que se transformam em amigos próximos dos leitores. Mas uns dos pontos mais positivos do mergulho em livros são as consequências deste na vida cotidiana, tornando-a mais leve. O envolvimento com as narrativas – principalmente a fictícia – é, para o leitor, uma válvula de escape das pressões e exigências do dia a dia, somando prazer ao aprendizado. Os atos de imaginar junto ao que é descrito no texto, criar e inventar por si mesmo, analisar e conjecturar sobre as histórias lidas são essenciais para a manutenção do humor e da saúde mental, transformando-nos em agentes ativos da obra a partir do exercício da imaginação, e não somente em receptores do que lhes afirma o escritor. Os primeiros passos para a formação do indivíduo com o hábito de ler devem acontecer ainda na infância, em casa e não somente na escola. A leitura precisa se tornar sinônimo de diversão, em oposição ao que os colégios, infelizmente, fazem quando transformam livros – que, muitas vezes, deveriam ser deixados para momentos posteriores devido à imaturidade dos estudantes – em provas. A obrigatoriedade afasta o jovem em formação da literatura e desmancha o real prazer que ela oferece ao contar casos, acasos e histórias que floreiam, encantam e envolvem a imaginação dos leitores.


Paula Vigneron tem 22 anos, é estudante de jornalismo e atualmente trabalha na editoria de cultura do jornal Folha da Manhã. Nas horas vagas, dividi-se entre escrita, leitura, filmes e músicas. ​

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