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Estupro e Pedofilia são debatidos na Bienal

  • Aline Mendes e Geovana Barcelos
  • 17 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020


“Estupro e Pedofilia: O mal do Século” foi o tema debatido na noite de quarta-feira (10)

na 9ª Bienal do Livro de Campos, que acontece no Centro de Eventos Populares Osório

Peixoto (Cepop), teve inicio na última sexta-feira (5) e prossegue até domingo (14). O

tema faz parte da programação, com especialistas de pontas tais como: a Promotora de

Justiça da 3ª Vara Criminal, Ludmila Rodrigues, o assistente social, Renato Gonçalves e

a psicóloga Maria dos Anjos Santos, com mediação da psicóloga Luciene Mina.

Segunda a promotora Ludmila, a população está engajada na questão, através de

denúncias, assistência e proteção às vítimas. O uso das redes sociais, televisão, filmes e

jornais. Crianças e jovens, por acompanharem veículos de comunicação, conseguem

entender que são abusadas e fazem as denúncias freqüentemente. O crime que antes era ocultado, nos dias de hoje é denunciado.

O sistema está mais atuante, sustentado pelas leis que são,

relativamente, novas. “Os abusadores fazem parte do seio familiar e a ação atuante

contra os abusadores e pedófilos também facilita para que as vítimas, que antes temiam

e se envergonhavam da superexposição, denunciem o crime”, declarou a promotora.

De acordo com o assistente social Renato Gonçalves, vice-presidente do Conselho

Municipal de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMPDCA). “Em muitos

dos casos que acompanhamos, as mães ou responsáveis ao invés de ficarem ao lado da

criança, se posicionam contrariamente, olhando a criança como rival, o que classificamos como algo terrível, pois vemos que a criança precisa ainda mais de proteção e cuidado. Muitas das vezes acham que a criança ou adolescente foi quem ocasionou o ato”. - ressaltou Renato.

“A culpa do estupro não é de quem sofre. É dos criminosos estupradores, quer sejam

homens ou mulheres. Estuprar adulto ou criança é crime. Os parceiros não têm

propriedade sobre seus conjugues, forçar o ato sexual é estupro e as pessoas têm que

denunciar sim, pelo disque 100”. – afirma a psicóloga Maria dos anjos.

Maioria dos abusadores está dentro de casa

De acordo com a psicóloga Maria dos Anjos, a família deve esta atenta para qualquer mudança de comportamento brusco da criança, bem como o desenvolvimento escolar. Ela defende também que crianças devem ser crianças sem que o crescimento brusco ou nem a erotização sejam forçados.“Quando uma criança é abusada, ela perda a sua essência e a inocência.” Esclarece a psicóloga.

“Olha como ela anda? Olha como se veste? Ela já teve tantos namorados. Ele costuma sair com

muitos homens. Mas a questão não é essa, as mulheres tem a liberdade e ela tem que se

respeitada.” Esclarece a promotora de justiça Ludmila Rodrigues, abordando o tema cultura do

estupro, explicando ainda outros pontos como: estupro familiar, trauma infantil e colocação da

vítima como uma rival. Ludmila explicou em detalhes todas as partes processuais que a vítima

passa para que seja contestado o estupro e o quanto isso pode ser traumatizante sem o apoio

da família.

“A certidão de nascimento não faz dos pais donos daquela criança. Assim como a de

casamento não faz dos maridos proprietários de suas esposas.” Afirma o assistente social

Renato Gonçalves. Outro assunto debatido no evento foi o empoderamento feminino, que cresceu muito nos últimos anos por conta do feminismo. Um dos casos relembrados foi o da nadadora Joana Maranhão, que foi abusada pelo seu treinador. Atualmente 80% dos abusadores são próximos a família, o que é preocupante.


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