Mercado de trabalho contemporâneo dificulta a busca dos jovens pelo primeiro emprego
- Redação Goitacá Informa
- 10 de dez. de 2015
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de abr. de 2020

Inserir-se no mercado de trabalho tem sido tarefa difícil para os jovens. A crise econômica que assola o país, somada às demissões em massa nas empresas, torna-o cada vez mais enxuto e rigoroso, dificultando ainda mais a tarefa de encontrar o primeiro emprego. Outro obstáculo é a maioria das vagas disponíveis exigirem experiência. Um jovem campista, por exemplo, conta com apenas catorze opções de trabalho, que não exigem experiência, das 442 vagas disponíveis no balcão de emprego da cidade, sendo indispensável escolaridade mínima entre ensino fundamental incompleto e médio.
A escassez de emprego para a juventude do século XXI implica na redução da força de trabalho de seus países. Existem cerca de 108 milhões de jovens que habitam a América Latina, dos quais 56 milhões são capacitadas para participar do mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada em 2014 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que 7,8 milhões desses jovens, entre 15 e 24 anos, estão desempregados, equivalente a 13,9% do total da força de trabalho nesta faixa etária. Além disso, aqueles que conseguem trabalho, cerca de 55,6%, ocupam empregos informais, o que implica baixos salários, instabilidade e carência de direitos trabalhistas.
Além das barreiras no mercado de trabalho, muitas vezes o próprio jovem é quem cria as dificuldades. Hoje, lidamos com uma juventude exigente, como mostram dados divulgados pelo site http://99.jobs.com/"jobs.com, em que 41% dos 1.625 jovens brasileiros entrevistados responderam querer trabalhar em uma empresa flexível e inovadora, enquanto 32% mostraram que querem ser donos do próprio negócio. A pesquisa mostrou que além de trabalhar para ganhar dinheiro, a juventude busca independência e sensação de pertencimento na sociedade.
Logo, é possível observar as consequências geradas por tais fatores. O surgimento da “geração canguru” - homens e mulheres que tendem a permanecer de 25 a 34 anos na casa dos pais - é uma delas. Os jovens, dando de cara com portas fechadas ou tendo que trabalhar em posições de baixa remuneração, acabam sem opção a não ser continuar sob a “tutela” dos responsáveis. Apesar de existir a lei da aprendizagem na qual o aprendiz é o jovem que estuda e trabalha, devendo estar cursando a escola regular (se ainda não concluiu o Ensino Médio), ou estar matriculado e frequentando instituição de ensino técnico profissional conveniada com a empresa que oferece as vagas, a lei não beneficia todos os jovens. Aqueles que buscam trabalho para pagar a faculdade particular ou os que já terminaram o ensino médio e não decidiram qual caminho profissional seguir não podem se beneficiar desta lei. O fato é que deveria haver uma percentagem de vagas destinadas a esse público inexperiente, a fim de incentivar os jovens a crescerem economicamente e profissionalmente, beneficiando a economia e revolucionando o mercado de trabalho.