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Enem: Inep inicia enquete para escolha de novas datas

  • Foto do escritor: Lyandra Alves
    Lyandra Alves
  • 19 de jun. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de jun. de 2020

Apesar do adiamento na data das provas, estudantes dizem se sentir despreparados para a realização do exame


Fonte: enem.inep.gov.br

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira (Inep) inicia neste sábado (20) enquete para decidir as novas datas de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, método de seleção de vagas em universidades federais e outras instituições de ensino.


Os participantes devidamente inscritos poderão colaborar na escolha das novas datas através da Página do Participante (enem.inep.gov.br) entre os dias 20 a 30 de junho. Para ter acesso à enquete, basta informar o CPF e senha utilizados no cadastro do portal único do Governo Federal, o gov.br, e escolher o período para a realização da prova, que também estará disponível em versão digital, dentre as opções, conforme a imagem abaixo. As informações são do Ministério da Educação e do próprio INEP, que é vinculado ao MEC.


Fonte: enem.inep.gov.br

Apesar do adiamento, estudantes da rede pública estadual, em aulas remotas desde o início do semestre, dizem se sentir despreparados para fazerem o exame.


“Não estou aprendendo praticamente nada [em relação às aulas remotas]. Não me sinto seguro com essas aulas e sinto que todo esforço que estou fazendo é em vão. Não vejo esforço do Ministério da Educação para a melhoria desse assunto”, disse o estudante João Lemos, estudante da rede pública estadual em Cardoso Moreira, que realizarão a prova em Campos dos Goytacazes


Outra estudante, Carol Ribeiro, diz estar na mesma situação: "Não estou conseguindo aprender quase nada. Estamos nos esforçando e, no final, todo esse esforço pode ser em vão".


Segundo o site do INEP, “dos 6,1 milhões de inscritos, 1,4 milhão está no terceiro ano do ensino médio, sendo que a maioria deles, 81,7%, estuda na rede pública de ensino”. (Leia mais aqui: http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/418-enem-946573306/90701-65-dos-inscritos-no-enem-ja-concluiram-o-ensino-medio-em-anos-anteriores)


Aulas remotas no Estado do RJ - A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc RJ), seguindo a decisão do Gabinete de Crise de prevenção ao coronavírus, criado pelo Governo do RJ e gerenciado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), suspendeu as aulas presenciais e todas as escolas da rede pública do estado adotaram o modelo de aulas remotas ministradas por meio do Google Classroom, um serviço gratuito para escolas disponibilizado pelo próprio Google. Além disso, desde 18 de maio vem oferecendo videoaulas através da TV Alerj e pela Band (veja aqui http://www.rj.gov.br/secretaria/NoticiaDetalhe.aspx?id_noticia=6222&pl=tv-alerj-come%C3%A7a-a-transmitir-videoaulas-da-rede-estadual-a-partir-de-segunda-(18/5))


Embora as aulas remotas sejam uma alternativa para este período incomum, parte dos alunos também esbarram em outra dificuldade: a falta de acesso à internet em ambientes privados. Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), cerca de 30% das moradias no Brasil não têm internet disponível. Desses número, a maior parte se encontra nas camadas mais carentes da sociedade.


Repúdio das universidades - Devido essas dificuldades, a UFRJ, maior universidade federal do país, e outras universidades do estado do Rio de Janeiro assinaram uma carta pedindo o adiamento da prova.


"[...] repudiamos qualquer tentativa de difundir uma sensação de normalidade falseada, como a manutenção do cronograma do Enem 2020, o qual, caso mantido, ampliará as desigualdades de acesso ao ensino superior", diz o documento. (Leia a carta na íntegra abaixo)


“Nós, dirigentes máximos das Instituições Públicas de Ensino no Estado do Rio de Janeiro, engajados em planejar regras seguras de pós-confinamento, protocolos de convivência e de saúde dentro de um cenário de notório descontrole pandêmico e colapso das redes hospitalares que mais nos aproximam de um lockdown nas principais regiões do país, assistimos com perplexidade e desaprovação à decisão de manutenção do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, conforme publicação do edital n° 25, de 30 de março de 2020, divulgada pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Neste momento o Brasil contabiliza mais de 120 mil casos de contaminação e 8 mil mortos, com a ameaça de novos e futuros ciclos pandêmicos, em virtude dos quais o tempo de isolamento social não pode, hoje, ser seguramente definido.

É crível que esses indicadores se tornarão maiores nas próximas semanas e, com eles, a desigualdade social, já tão evidente em nosso cotidiano.

Os estudantes brasileiros em vulnerabilidade social lutam pela defesa de suas vidas, pelos cuidados com a saúde, pelo cuidado de seus familiares, seguindo as orientações de isolamento social reiteradas pelas autoridades sanitárias nacionais e internacionais. Milhões desses estudantes não têm acesso à tecnologia ou à internet, o que impede ações pedagógicas similares ao cotidiano escolar com aulas presenciais.

Vários países, como China, EUA, França e Inglaterra, adiaram seus exames nacionais para acesso ao ensino superior por acreditarem ser a decisão mais legítima e democrática a ser tomada neste momento pandêmico.

Diante desse contexto, repudiamos qualquer tentativa de difundir uma sensação de normalidade falseada, como a manutenção do cronograma do Enem 2020, o qual, caso mantido, ampliará as desigualdades de acesso ao ensino superior.

Repelimos também a retórica contida na propaganda oficial do governo e difundida por diferentes mídias que foram utilizadas para divulgar o cronograma do Enem.

Finalmente, reiteramos a importância fundamental das universidades públicas, dos institutos federais, dos centros federais de educação tecnológica e do Colégio Pedro II, que, no cumprimento de sua missão social, acadêmica e científica, a despeito das adversidades, se constituem como referência educacional e científica no país, na América Latina e no mundo. É nosso compromisso que nenhum estudante tenha o seu ingresso na universidade prejudicado pela crise da COVID-19.

Assim, solicitamos ao Ministério da Educação que corrija o equívoco cometido ao não adiar o calendário do Enem 2020 e postergue as datas de inscrição e realização das provas, como recomendado, inclusive, pelo Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed)."

Antonio Claudio Lucas da Nóbrega (reitor da UFF)

Denise Pires de Carvalho (reitora da UFRJ)

Jefferson Manhães de Azevedo (reitor do IFF)

Marcelo de Sousa Nogueira (diretor-geral do Cefet/RJ)

Maria Cristina de Assis (reitora da Uezo)

Oscar Halac (reitor do Colégio Pedro II)

Rafael Barreto Almada (reitor do IFRJ)

Raúl Ernesto López Palacio (reitor da Uenf)

Ricardo Luiz Berbara (reitor da UFRRJ)

Ricardo Lodi Ribeiro (reitor da Uerj)

Ricardo Silva Cardoso (reitor da Unirio)



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