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  • Neiliana Clemonez

Ensino remoto pode seguir até dezembro

Ano acadêmico durante pandemia do Coronavírus enfrenta desafios: professores, alunos e IES se submetem à adaptação



A Portaria 544 do Ministério da Educação (MEC), publicada no dia 17 de junho, estende a autorização do ensino remoto no ensino superior até 31 de dezembro por conta da pandemia de Covid-19. Segundo o último censo divulgado pelo MEC há cerca de 2.920.222 pessoas cursando o ensino superior no Brasil e que, de alguma maneira, estão sendo impactadas pelas circunstância do isolamento social. Em Campos dos Goytacazes, pelo menos dez instituições de ensino superior estudam os riscos e benefícios de aderir à autorização e se organizam para atender os desafios do novo semestre.


Cerca de 1,8 milhões de pessoas fazem EaD no Brasil, e, por conta do isolamento social, os mais de 2 milhões de alunos que fazem cursos superiores presenciais foram submetidos ao ensino remoto ou presencial conectado, em que os professores, pessoalmente, mantém o ensino das disciplinas através do uso das novas tecnologias, como aplicativos de videoconferência - a única alternativa diante a possibilidade de um ano ser perdido. A pandemia forçou as pessoas a se adequarem a realidades alternativas, buscando, assim, novas formas de "normalizar" seus hábitos do dia-a-dia.


Ônus e bônus - A graduanda Raysa Terra, aluna de Jornalismo em uma IES de ensino presencial, conta que a nova rotina de estudos veio acompanhada de diversas dificuldades:


“A principal diferença é que, no presencial, você tem a oportunidade de ‘colocar a mão na massa’, não fica só na teoria. No ensino remoto, o aprendizado na prática é limitado. Pude perceber que por mais que você tente se manter organizado, as atividades tendem a se acumular com muita facilidade. Então, os alunos ficam muito sobrecarregados, estressados e ansiosos”, avalia.


Ela também pontua benefícios, contudo, e diz que o aluno que não teria tempo para o presencial consegue administrar seu tempo de forma que consiga conciliar seus afazeres e estudos.


Para a professora de antropologia Thais Nascimento, as dificuldades estão relacionadas à disciplina do aluno, pois ele terá que construir seu conhecimento sozinho. Assim, explica, a probabilidade de dispersão é significativamente maior; por outro lado, muitos alunos estão lendo mais, e a flexibilização tem sido uma aliada para os alunos que residem longe da faculdade.


Já o pedagogo Carlos Henrique Cristo alerta que se a metodologia não for aplicada de maneira correta, como dita a legislação, o aprendizado não ocorre e o aluno fica com carência do conhecimento.


Trancamentos - Muitos alunos não conseguiram prosseguir com seus estudos com todas as dificuldades trazidas por este período de adaptações. Em abril, o número de alunos que trancaram matrícula em todo o país aumentou 32,5% em comparação ao mesmo período de 2019, segundo a SEMESP (Sindicato das Instituições de Ensino Superior Privado).

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