Projeto criado por ex-morador de rua leva esperança para dependentes químicos e sem-tetos, em Campos
- Manuela Escalla
- 9 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de abr. de 2020
Fotos: Divulgação

"Não têm preço que pague o que ele fez por mim". Essas foram as palavras usadas por um ex-dependentes químicos, que também já foi morador de rua, ajudado pelo projeto "Mão Amiga", ao ser perguntado sobre a importância da ONG em seu processo de recuperação.
Como esse entrevistado anônimo, que já experienciou a dureza da vida, a cidade de Campos dos Goytacazes abriga outras cerca de 93 pessoas na classe de extrema pobreza, de acordo com dados do Centro de Referência para Pessoas em Situação de Rua (CentroPop). Um público frequentemente ignorado por grande parte da população e que o projeto "Mão Amiga" também quer ajudar.
O início de tudo
Motivado por sua experiência pessoal, após viver nas ruas e conseguir ajuda em uma casa de recuperação, onde ficou internado por três meses, até conseguir superar um vício, o fundador do projeto, Adriano Ferreira Machado, de 46 anos, sentiu o desejo de ajudar pessoas carentes. De acordo com Adriano, o projeto visa prestar colaboração aos moradores de rua para transformar o cotidiano dessas pessoas.

O projeto fornece cortes de cabelo, higiene, entrega de produtos básicos, além de auxílio com passagens e distribuição de café da manhã nas ruas. "O projeto surgiu há seis anos e durante todo esse período já resgatamos cerca de 350 vidas, com a participação de apenas cinco pessoas, colaborando nas diligências às ruas e nas sessões de filmes evangélicos, que são disponibilizados na praça da cidade. Também recebemos doações de alimentos, roupas e utensílios diversos", ressaltou Adriano.
O resultado de todo esse trabalho pode ser conferido no depoimento do pedreiro Adelson de Jesus Ferreira, de 35 anos, que, com a ajuda do projeto, se recuperou da dependência das drogas e hoje busca empenhar-se ao máximo no trabalho para mudar por completo sua vida.

Em entrevista, Adelson contou que começou a usar entorpecentes aos 17 anos, quando havia deixado a Bahia, sua cidade natal, para deslocar-se a São Paulo, onde conheceu a "Cracolândia" e também o crack, dando fim a um casamento de oito anos. O pedreiro disse, ainda, que logo após sua separação foi para Vitória, no estado do Espírito Santo, onde começou a morar no porão de uma igreja.
"Recebi a ajuda de Adriano no momento de maior dificuldade da minha vida. Ele fez uma proposta para que eu fosse com ele até o município de Campos dos Goytacazes para receber orientações em uma casa de reabilitação. Estive privado da minha liberdade durante nove meses, uma medida necessária para o processo, e acabei perdendo o velório do meu pai, em setembro do ano passado", diz Adelson emocionado. Ele afirmou, ainda, que, ao pôr os pés em Campos, nenhum recurso lhe faltou e que agora planeja visitar a mãe na Bahia.
A sede do projeto fica localizada na Rua Carlos de Lacerda Paes, número 348 – Centro. Para fazer uma doação, basta entrar em contato pelo telefone: (22) 99803-9306 ou acessar o site do projeto, através do endereço: institutomaoamiga.org.
Colabore com o projeto “Mão Amiga” e ajude a mudar a vida de muitas pessoas que carecem de auxílio e buscam recuperar a cidadania que lhes foi esquecida. Sua doação refletirá em ações de extrema importância, como aquisição de recursos básicos que esse público apresenta dificuldades para adquirir. Inspire-se na iniciativa do Adriano, nosso Tisgo Inspirado desta semana e faça a diferença.