“Mais ansiosos, mais melancólicos, inclusive alguns apresentando crises de ansiedade e pânico”, relata a psicóloga Myrla Motta, de Campos dos Goytacazes, ao ser questionada sobre o aumento significativo nos casos de depressão e ansiedade durante o período de isolamento social.
Segundo estudo realizado e publicado no 5 de maio pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de depressão dobraram desde o inicio do isolamento social. Entre março e abril, os dados coletados online mostram que o índice de pessoas com depressão foi de 4,2% para 8,0%. https://www.uerj.br/noticia/11028/
Orientação do Conselho - A pandemia do coronavírus alterou rotinas, inclusive dos psicólogos clínicos que utilizam do contato físico como mecanismo de análise na construção da terapia. Como forma de continuar o atendimento, o Conselho Federal de Psicologia, que conta com 373.854 mil psicólogos, orientou os profissionais da área a migrarem o atendimento pessoal para o atendimento on-line, fazendo uso das possibilidades das novas tecnologias.
A nova dinâmica trouxe a necessidade de adaptação. Segundo a psicóloga campista Lucia Bernardo, “é diferente, e como, qualquer mudança, demanda adaptação e aceitação. Está sendo um desafio, um novo conceito de atendimento.”
A possibilidade que as novas tecnologias deram às pessoas de continuarem interagindo, mesmo remotamente, tem sido um grande aliado. Ainda sim, a mudança não tem sido totalmente fácil. A falta de um local privado para realização da terapia e uma conexão de internet estável tem sido um dos principais fatores de queixa dos psicólogos que estão trabalhando por videoconferência.
Mesmo diante das adversidades e o enfrentamento ao novo, a psicóloga clínica Lucia Bernardo, confirma: “Os pacientes que já estavam em acompanhamento terapêutico, estão respondendo essas mudanças com menos conflitos que o novo traz.”