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Tecnologia para fazer jus a uma partida de futebol

  • Jhonattan Reis
  • 26 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020


Foto: Free Images/Divulgação

Pouco mudou no futebol desde que um grupo de apaixonados pelo esporte decidiu colocar no papel as regras que determinam a modalidade. No entanto, situação a se pensar é se o uso da tecnologia na arbitragem do futebol – o que continua sendo relutado – não poderia melhorar a jogabilidade desse esporte. O que os conservadores dizem é que a medida iria “acabar com a ‘graça’ do esporte” e que iria “afetar o tempo de partida, parando para resolver situações da arbitragem”. Porém, penso que não há graça em ver times prejudicados, sendo que a tecnologia na arbitragem apenas deixaria o futebol mais justo.

Um erro de visão, interpretação ou um equívoco dos árbitros pode mudar completamente os rumos de uma partida de futebol. Apenas em Copas do Mundo, entre as diversas vezes que erros de arbitragem atrapalharam, podemos citar duas situações apontadas pelo site Uol:

Um pênalti não marcado quando um italiano rasgou a camisa de Zico, em 1982, na Espanha, mudou o destino da partida. Os brasileiros foram para essa Copa com status de favoritos, com um time de estrelas e futebol refinado. Na ocasião, o Brasil precisava de um empate diante da Itália para garantir vaga na semifinal, mas perdeu por 3 a 2. Porém, a partida poderia ter sido outra quando Zico invadiu a área e caiu, depois de puxado por Gentile. O puxão foi tão forte que o defensor rasgou a camisa de Zico. O juiz israelense Abraham Klein, no entanto, mandou o jogo seguir.

Em 1966, a Inglaterra buscava o título inédito da Copa contra a Alemanha, no Wembley Stadium. Depois de um empate em 2 a 2, no tempo regulamentar, as duas equipes disputavam arduamente o título na prorrogação. Aos 11 minutos da primeira etapa, o inglês Geoff Hurst invadiu a área e mandou a bola no travessão. A pelota quicou em cima da linha e saiu. Entretanto, o árbitro suíço Gottfried Dienst validou o gol. Minutos depois, Hurst ampliou a vantagem. A Inglaterra foi campeã mundial diante da sua torcida, com um gol inexistente.

Nesses casos, a arbitragem que seria responsável pela consulta às imagens nos dias de hoje poderia ter visto rapidamente que houve pênalti em Zico e, também, que a bola chutada por Hurst não entrou no gol, tornando justos os andamentos das partidas.

De forma indireta, a tecnologia contribuiu para o futebol. Isso levando em consideração a evolução no material esportivo e equipamentos, o que aumentou a produtividade em campo. A tecnologia também influenciou no preparo físico dos jogadores e na medicina, ajudando na recuperação mais rápidas de lesões. Isso é pensar de forma a contribuir para o futebol. Imagine se os futebolistas fechassem os olhos para a tecnologia também neste ponto... O esporte ainda seria jogado com bola feita de couro, madeira e enchida com musgo ou até de bexiga de animais.

Em meio a tantas mudanças e pensando de forma a contribuir para o espetáculo futebolístico, não seria importante passar a usar a tecnologia de forma mais direta em questão de arbitragem?

Pelo menos, ao que parece, a medida tem despertado discussões. Em reunião na CBF, em setembro último, por exemplo, clubes brasileiros levantaram a proposta do uso da tecnologia na arbitragem – que tem sido uma vergonha no Brasileirão deste ano. O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, estava presente no encontro e ficou de levar as propostas à Comissão Nacional de Arbitragem, segundo matéria publicada pelo Globo Esporte.

Também falando em relação à adoção da medida, muitos dizem, ainda, que a utilização da tecnologia iria comprometer a dinâmica do jogo. Como bom exemplo, podemos citar as partidas de tênis, que são resolvidas com uso da tecnologia e em questão de poucos segundos. Outro ponto também é: Quantas vezes uma partida não ficou vários minutos parada por conta de uma briga ocasionada por um erro de arbitragem? É mais vantajoso parar 10 segundos pra saber se houve pênalti ou não que o árbitro marcar de forma errônea e equivocada e o jogo ficar três minutos parados por conta de brigas entre jogadores.

Vale pensar e repensar para perceber o que é melhor e mais justo para a beleza do tão majestoso futebol.

Jhonattan Reis tem 21 anos e atualmente cursa o 4º período de jornalismo do Centro Universitário Fluminense (Uniflu).

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