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Após pandemia em 2009, gripe A chega mais cedo e alarma o país

  • Vitória Pontes
  • 1 de ago. de 2016
  • 4 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020


“De repente álcool em gel virou uma coisa indispensável e todo mundo tinha um vidrinho na mochila. As pessoas saíam na rua de máscaras... Sabe quando você estuda sobre a Peste Negra na escola e o professor mostra a foto de como os médicos da época se vestiam para não contrair a doença? Me senti naquela época! Lembro que só se falava disso quando a gente ligava a TV. Deu muito medo!"

É assim que Gabriel Bastos, estudante de medicina, 20 anos e morador de Itaperuna – RJ descreve uma das cenas mais dramáticas que viveu em 2009, quando a gripe A surgiu assolando vários países e colocando o mundo em alerta. Hoje, sete anos após o episódio, o vírus volta a assustar os brasileiros e põe em alerta as autoridades sanitárias devido a sua chegada precoce, já que o mesmo é esperado a partir do mês de maio, e surtos por todo país.

Gabriel Bastos (Foto: Acervo pessoal)

Como surgiu?

O contexto em que o país se encontrava em 2009 deu aos sintomas que poderiam ser de uma gripe normal, um desconhecido diagnóstico: a influenza A, H1N1, virose que foi inicialmente chamada de Gripe Suína. O nome foi escolhido após um teste de laboratório que mostrou genes do então novo vírus, que eram semelhantes ao vírus influenza, normalmente encontrado nos porcos da América do Norte. Porém, o estudo estava equivocado e, mais tarde, cientistas descobriram que o vírus da gripe A contia material genético de vírus humano, de ave e suíno.

Os primeiros surtos de gripe A foram relatados no México em abril de 2009. Em junho desse mesmo ano, casos de gripe H1N1 foram identificados pelo mundo e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente a primeira pandemia por gripe em mais de 40 anos. Pandemia é o termo utilizado para descrever uma nova estirpe do vírus que causa uma epidemia e se torna um problema global de saúde.

Em agosto de 2010, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que o vírus da gripe A já havia percorrido sua trajetória e a pandemia havia passado.

A gripe em 2009:

Países atingidos:

Sintomas:

O surto precoce em 2016:

Nas semanas finais do verão de 2016, prontos-socorros de todo o país começaram a receber um tipo de paciente que costuma ser esperado a partir de maio. O mosquito Aedes Aegypt que hoje é a maior preocupação nacional, dessa vez não pôde ser responsabilizado. O movimento anormal acabou disparando o alerta: os vírus Influenza havia chegado ao Brasil antes do tempo. Em específico, o influenza A, H1N1.

Segundo os especialistas, brasileiros que viajaram nas férias para os Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa, poderiam ter trazido o vírus para o Brasil.

Em surto da doença, foram registrados 3.978 casos de influenza A (H1N1) entre janeiro e maio deste ano. Ao todo, 764 pessoas morreram por causa da gripe. No mesmo período do ano passado, houve 19 registros da doença em todo o país, com duas mortes. Com 2.013 casos, a região sudeste concentra o maior número de registros de influenza A H1N1, dos quais 1.714 no estado de São Paulo.. No ano de 2015 inteiro, foram registradas 36 mortes por H1N1 no país.

Como as instituições são obrigadas a notificar apenas os casos graves da doença, as estatísticas não são um retrato fiel do que está acontecendo nos corredores hospitalares. Nos últimos meses, milhares de brasileiros podem ter sido infectados pelo vírus. É importante que os cidadãos saibam que todas as formas de gripe podem se tornar graves. O H1N1 causa mais preocupação, porque, além de idosos e crianças, costuma vitimar outros grupos: as grávidas, os jovens, os diabéticos e os obesos.

Na planície

Em Campos, a Secretaria de Saúde confirmou a morte de uma mulher de 57 anos que estava internada com suspeita de H1N1, ocorrida no dia 8 de abril. A paciente estava internada desde o dia 5 do mesmo mês no Hospital Ferreira Machado (HFM).

Há ainda um segundo caso suspeito na cidade, também em investigação, de um menino de 2 anos que chegou a ficar internado em um hospital da rede particular e já recebeu alta.

O Secretário Municipal de Saúde de Campos e médico gastroenterologista, Geraldo Venâncio, informou à equipe do Goitacá Informa, que ainda não existe nenhum caso confirmado da doença na cidade.

Segundo ele, as pessoas que tomaram a vacina em 2015 tem que tomá-la novamente em 2016, pois a mesma tem o prazo de validade de um ano.

“A pessoa tem que tomar cuidados redobrados porque além da transmissão de uma pessoa para outra, é possível também a transmissão através de objetos compartilhados, às vezes uma simples maçaneta de uma porta pode transmitir. O vírus fica em objetos, como caneta, telefone celular...Então as pessoas tem que reforçar muito o hábito de lavar as mãos numa frequência maior”, contou.

Ele acrescenta ainda que existem alguns grupos populacionais obrigatoriamente devem ser vacinados contra o vírus: os idosos com mais de 60 anos, as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, os pacientes diabéticos, as gestantes e os funcionários da área da saúde.

Prevenção:

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