Cahê Mota: de Campos para o mundo
- João Paulo Crespo
- 19 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de abr. de 2020
Fotos: Reprodução/Facebook

Formado em jornalismo em 2004 pela antiga Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC), atualmente Centro Universitário Fluminense (Uniflu), o campista Cahê Mota, 31 anos, hoje mora no Rio de Janeiro e trabalha há oito anos no site globoesporte.com. Na entrevista exclusiva que fizemos para esta matéria, Cahê contou sua trajetória profissional no jornalismo esportivo, deu dicas para quem deseja seguir a carreira e falou também do período que morou em Londres. Listamos aqui alguns momentos marcantes de sua carreira:
Início em Campos
No último ano de faculdade, Cahê trabalhou no extinto Jornal “A Cidade” e, depois de formado, um curto período no jornal “O Diário”, mas foi no ramo de assessoria de imprensa em que começou de fato a sua carreira no jornalismo. Trabalhou na assessoria da ONG Esporte sem Fronteiras, no basquete em cadeira de rodas. Em 2005 e 2006 fez assessoria do Flamengo, no vôlei feminino, e acabou convidado pelo técnico do time, Sérgio Negrão, para trabalhar na Superliga 2006/2007, em Macaé, onde a equipe ficou na 3ª colocação.

Ida para o Rio de Janeiro
Em 2007, depois de três anos de formado, Cahê foi para o Rio de Janeiro com um contrato de dois meses com o site do Globo Esporte e trabalhou como freelancer para cobrir o Pan-Americano. O contrato se prolongou e ele já está há oito anos no site. Em 2008, Cahê passou a fazer reportagens, sendo setorista do Flamengo até meados de 2009, quando passou a cobrir o Fluminense, até 2011.
Londres
No fim de 2011, Cahê foi morar em Londres. “Fiz a cobertura de todo o período Pré-Olímpico e também das Olimpíadas e Paraolimpíadas 2012, trabalhando com esportes em geral. Fiquei também na cobertura de futebol, fui setorista do Chelsea por dois meses e meio e fiquei até a final da Liga dos Campeões”. O Chelsea se sagrou campeão da Liga, vencendo o Bayern de Munique nos pênaltis na Allianza Arena.
Momento marcante da carreira
A final entre Bayern de Munique e Chelsea foi o momento mais lembrado por Cahê. “Acredito que já vivi muitas coisas melhores na minha carreira, como o ouro da judoca Sarah Menezes e a despedida do nadador Michael Phelps das piscinas, mas o gol de Didier Drogba na final contra o Bayern está na minha memória até hoje. Inclusive já estava escrevendo para o site a vitória do Bayern, quando saiu o gol de empate”. Com a vitória do Chelsea, Cahê foi para o Japão cobrir a final do Mundial de Clubes da FIFA, campeonato que foi conquistado pelo Corinthians, em 2012.
Outro momento marcante de sua carreira foi a Copa do Mundo realizada no Brasil, onde Cahê fez a cobertura da vice-campeã Argentina. “Foi uma experiência muito boa, consegui fazer a cobertura da Copa inteira até a final, que foi realizada no Maracanã”. Cahê já ganhou quatro vezes o prêmio João Saldanha de jornalismo esportivo.

Paixão por um clube
Todo jornalista esportivo tem um time de coração. Com Cahê não é diferente, mas ele acredita que a paixão por um time acaba sendo secundária em relação ao trabalho. “Quando a pessoa toma a decisão de viver do futebol, isso parte da paixão que você tem por um clube. A partir do momento que você trabalha em alto rendimento, o que sempre foi sua diversão vira a sua obrigação. Devemos trabalhar com a notícia, pois passamos credibilidade. Jamais iria me expor e pôr em risco a minha carreira pela paixão de um clube, nosso time passa a ser o globoesporte.com, o clube mesmo não me dá nada”.
Dicas para seguir a carreira
Dedicação e seriedade são as palavras de ordem de Cahê para uma carreira profissional. “A mesma seriedade que tive em 2004, tenho hoje”. Cahê também faz um alerta para quem acredita ser fácil alcançar tudo que ele almejou. “O que mais escuto quando a pessoa vem para o Rio é: quero ser o Régis Rosing, quero ser o Tino Marcos e quero trabalhar na TV Globo. O caminho é difícil, tudo na vida tem um passo a passo”.
Mercado esportivo
Vivemos um momento de crise nos principais jornais da capital, onde acontecem demissões em massa, e Cahê aponta para um mercado cada vez mais restrito. “Tem que aproveitar quando a oportunidade aparecer, pois dificilmente ela vai aparecer duas ou três vezes. Foi fundamental eu ter ido para o Rio depois de três anos de formado, pois estava mais preparado”.
Inspiração
Cahê diz não ter uma inspiração no jornalismo esportivo, mas cultivou amizades importantes, como a do Eric Faria, jornalista esportivo da Globo. “Ele foi um cara que sempre apostou muito em mim, o conhecia desde Campos e hoje é muito meu amigo”.