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Futebol carioca rebaixado

  • Yan Tavares
  • 2 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020


Foto: Divulgação

O futebol carioca não tinha sua real situação destacada tão nitidamente há um bom tempo. O descaso, o abandono e esquecimento da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), está retratado nas divisões inferiores de um campeonato regional que seja talvez, o menos organizado e o mais achincalhado entre os Estados. No centro de tudo está a arrogância, a prepotência, o comando ditatorial de uma federação corrupta e que preza para que corra tudo como lhe convém. Para colaborar, raros são os times que de fato se preparam para reunir dignas condições de realizar uma temporada no mínimo normal.

O grande caos do futebol estadual passa longe do fato apenas da preferência da progenitora Ferj por clubes da capital. Antes fosse. O que escancara a farra na administração carioca, mostrando que os “comandantes” estão dando de ombros para a maioria de suas agremiações. É a verdadeira piada que tornaram-se as séries B e C. A última corre o risco de nem ter seu início, devido à falta de condições de seus clubes. Já na Segundona, os que ainda tentam sua participação ainda que sem condições, fazem a todo o momento a exclamação de quem acompanha: “Isso é o futebol carioca!”. Mas quem também pouco se importa em dar condicionamento para um melhor futebol são os próprios mandatários de clubes.

Neste primeiro turno de campeonato, denominado Taça Santos Dumont, demonstrações de falta de estrutura de todos os modos ditaram a tônica dos dois grupos do torneio. Já de início, a desistência do São Gonçalo F.C. Na estreia, o Goytacaz pode ir para o jogo com nada mais do que sete jogadores profissionais e cinco amadores, totalizando 12 atletas. Pior que isso, o Belford Roxo faltou ao confronto por não possuir quantitativo suficiente para ir a campo. O mesmo time foi para a segunda e terceira partidas com 12 jogadores à disposição, contando com um goleiro atuando como atacante. Na rodada seguinte, um atraso de 27 minutos e uma chegada ao estádio quando ninguém mais esperava, foi a cena da vez, com elenco se uniformizando em meio à viagem, e jogador desfalcando o time por conta de casamento. Contra a mesma equipe, quem se atrasou desta vez foi o Goytacaz, com ônibus quebrado no caminho. Na penúltima rodada, novamente os belforroxenses. O time esqueceu os uniformes e tentou ir para a partida com uniforme de outro clube, mais uma vez perdendo os pontos sem jogar. Na última rodada, a bola da vez foi o Duque de Caxias, que por falta de ambulância em seu mando de campo, gerou novo W.O. no turno.

O balanço desta primeira parte de temporada? O Barra Mansa foi suspenso temporariamente por dívidas com a federação. Já o Goytacaz terminou com o saldo negativo de ausência de auxiliar técnico, supervisor de futebol e preparador físico – ambas funções com dois profissionais se desligando no decorrer da disputa -, sem coordenador de base, vice administrativo e advogado. O clube teve ainda, durante o campeonato, atletas se apresentando em competições amadoras paralelamente ao estadual.

Para os que conseguem o acesso à elite estadual, se é que assim se pode chamar, o desafio é enorme para se manter. Pode se falar também de arbitragens bisonhas em várias partidas. O Americano, por exemplo, sofreu com três pênaltis não marcados a seu favor em um só jogo e com jogador expulso sem participar de lance. Isso para se falar de arbitragens incompetentes, e pior, tendenciosas. Como dizem: “Esta é a federação carioca!”

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