A sinfonia que transforma
- Letícia Nascimento
- 20 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

Muito mais do que apenas um aprendizado de notas, é também um aprendizado de vida. Assim se constitui a ONG Orquestrando a Vida do Centro Cultura Musical de Campos, que começou há 20 anos em uma parceria com o El Sistema da Venezuela, projeto inicial. Desde então, a ONG vem transformando as vidas de seus alunos. Através dela, crianças e jovens aprendem música de uma forma que busca ir além, ajudando-as também socialmente.
A ONG Orquestrando a Vida é a primeira orquestra no Brasil e na América do Sul a se unir ao projeto El Sistema. Essa parceria segue ajudando não somente na técnica musical como também nas mudanças comportamentais dos alunos. Esse é o caso de Hodyllon Martins, de 20 anos, que conta que o projeto mudou muito sua vida, e para melhor. “A ONG me tirou do caminho errado, me levou pra um caminho de responsabilidade”, diz. O jovem acrescenta que o projeto o ajuda muito a compreender o quanto a música transforma as pessoas. Além disso, manifesta o desejo de ser uma referência na cidade e ser reconhecido não pela história de vida que tem, mas por seu talento.
Entre os jovens que fazem parte da ONG, alguns não se calam quando o assunto é sonho. Matheus Basilio, aos 21 anos de idade, sonha em mudar a técnica de percussão da cidade e fazer com que ela seja mais valorizada. “Existe uma diferença entre bater e tocar”, acrescenta. Segundo ele, esse objetivo já está começando a ser alcançado através da Orquestrando a Vida. Assim como Matheus, Antônio Cruz também sonha alto com apenas 21 anos de idade. Ele diz que ser maestro é um sonho e uma grande realização que está cada vez mais perto. Antônio tem também a vontade de ver a cidade de Campos como um polo de música erudita, uma referência que faça com que pessoas de diferentes partes do mundo venham estudar no município. Ele acrescenta que deveria haver um reconhecimento maior para os músicos e que a cidade não dá base para as pessoas se profissionalizem e ganharem a vida com música. “Por que a gente não pode ter aqui orquestras e coros que deixem a Alemanha babando?”, arrisca-se em dizer.
Assista uma das apresentações da orquestra: