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Crônica - Cadê a Paralimpíada Rio 2016 na TV aberta?

  • Júlio César Barreto
  • 13 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020


Sete de Setembro: Dia da abertura da primeira Paralimpíada da América Latina. Aqui no Brasil. No nosso quintal. Eu, como muitos que se emocionaram e viveram a Olimpíada tanto pela televisão quanto presencialmente, saí empolgado a procura de canais na TV aberta que estivessem transmitindo a cerimônia. Claro que já esperava uma cobertura bem menor, já que o retrospecto das transmissões apontava para isso, porém não tão pequena, uma vez que a competição é no nosso país. Continuei minha busca, que começou pelas três emissoras oficiais dos jogos olímpicos, mas não encontrei nada… Sintonizei até no SBT e na RedeTV, já que "esperança é última que morre", mas nada... Por fim encontrei na TV Brasil, pertencente à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), do governo federal, imagens do Maracanã e do acendimento da tocha paralímpica. Na mesma hora lembrei-me da transmissão do desfile das escolas de samba campeãs do carnaval carioca deste ano, que só recebeu atenção da emissora. Desde então, o canal é sintonizado aqui em casa na maior parte do dia.

Sendo uma emissora pouco assistida, eventos como esses são uma boa chance para aumentar a repercussão e audiência. Durante a exibição de Mangueira, Beija-Flor e Cia, por exemplo, o simples fato de a TV pública transmitir o evento virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Além do mais, acontecimentos desses tipos são um meio para nós brasileiros conhecermos um órgão mantido por nós mesmos.

Um ponto que tenho observado na transmissão é a vontade dos jornalistas envolvidos em fazerem um bom trabalho. A todo o momento eles ressaltam que em canal aberto, apenas a TV Brasil transmite as competições.

Ainda bem que a emissora não deixou de prestigiar os atletas do mundo inteiro, principalmente os nossos, classificados para várias finais, esperanças de conquistas nos próximos dias e responsáveis por colocar o Brasil nas primeiras colocações do quadro de medalhas. E que tristeza as potências dos meios de comunicação do país terem deixado os eficientes de lado, sobrando para um órgão de pequena estrutura a missão de cobrir um evento de grande público. "Já que as maiores não quiseram. Vamos transmitir. Um evento como esse não pode passar em branco, sem transmissões ao vivo e na íntegra", deve ter pensado um diretor do "Canal da Paralimpíada" — slogan da TV Brasil na cobertura. Pelo menos eu pensaria assim.

Por que não uma transmissão próxima ao que foi feita na Olimpíada na TV aberta? Por que só apenas boletins e matérias? Por que o grande público, que não tem acesso a canais fechados, não tem pode acompanhar as inúmeras provas de superação que os jogos paralímpicos trazem? Talvez com essas respostas fosse mais fácil entender a baixa procura inicial para a compra de ingressos para assistir os jogos paralímpicos e o inexplicável preconceito e discriminação aos deficientes físicos.

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