Com a evolução das tecnologias, surgiram e se popularizaram novas formas de entretenimento nos últimos anos, abrindo caminho para profissões e negócios inovadores. Um desses segmentos é o de jogos eletrônicos, que tem experimentado um crescimento cada vez maior e movimentado bilhões de dólares em todo o mundo.
No Brasil, o mercado de games tem apresentado um crescimento significativo, atraindo cada vez mais adeptos e investimentos. De acordo com a pesquisa Game Brasil 2020, 70% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos, o que representa um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Entre os gamers, 33% se consideram 'hardcore', ou seja, gostam de jogar competitivamente e enfrentar adversários online ou em partidas presenciais.
Com a popularização dos jogos eletrônicos, o mercado de e-sports tem se destacado como uma nova forma de entretenimento e esporte, promovendo campeonatos, equipes profissionais e premiações milionárias. Em 2020, o mercado de e-sports movimentou cerca de US$ 1,5 bilhão, de acordo com a consultoria Newzoo
Diante desse cenário, os clubes tradicionais de futebol têm buscado se adaptar e investir em equipes de e-sports para atrair um público mais jovem e expandir suas marcas. Botafogo, Flamengo, Corinthians e Cruzeiro são alguns dos times que têm ganhado destaque no universo dos jogos eletrônicos. Além disso, surgem também novas oportunidades de negócios e profissões relacionadas aos jogos eletrônicos, como streamers, recrutadores de talentos, desenvolvedores, analistas de dados e técnicos de equipes de e-sports.
Um exemplo de sucesso nesse mercado é o Alpha, um time de Call of Duty: Warzone sediado em Duque de Caxias e liderado pelo jogador Douglas Nunes. Após ser demitido de seu antigo emprego, Douglas decidiu apostar todas as suas fichas em um time de e-sports e criou uma gaming house, um espaço onde os jogadores moram juntos, recebem suporte e estrutura para transmitir suas partidas ao vivo e se preparar para competições.
Segundo Douglas, a busca por novos jogadores é realizada diariamente por meio de peneiras online. "Assim como no futebol e em outros esportes, existem diferenças entre os atletas e o que a equipe busca em determinado momento. Temos jogadores para disputar campeonatos e temos streamers, que transmitem suas partidas diariamente", conta Douglas. Ele também destaca que hoje é mais rentável para os clubes ter atletas que também sejam streamers, já que muitos de seus seguidores estão dispostos a apoiar financeiramente seu conteúdo.
A transmissão ao vivo de partidas de jogos eletrônicos, conhecida como streaming, é um mercado em expansão que movimenta bilhões de dólares anualmente. Streamers como o ex-jogador Gaules, que faz transmissões diárias do jogo Counter Strike Global Offensive na plataforma Twitch, já receberam milhões de reais em patrocínios e doações.
Em suma, é inegável o impacto dos jogos eletrônicos na sociedade atual. Com o constante avanço tecnológico, novas oportunidades de negócios e profissões têm surgido no mercado, impulsionando ainda mais o setor de e-sports e consolidando-o como um importante segmento do entretenimento e dos esportes.